PSICÓLOGA | PSICANALISTA
CRP 06/103010
CIÚMES
O ciúme se instala quando o sujeito se sente frente a uma ameaça ou medo de perder seu objeto de amor, não suportando a ideia de ser abandonado ou traído.
O ciúme reage ao temor da perda envolvendo três pessoas, aquela que sente, a pessoa de quem se sente o ciúme e a terceira que ameaça e “causa” o ciúme.
É caracterizado pelo medo real ou irreal de perder o objeto amado a outro sujeito, causando sofrimento e desconfiança naquele que sente. Em nossa sociedade, o ciúme é visto como o “termômetro da relação”, no qual se acredita que o objeto amado só é desejado e comprovado, quando há o ciúme.
O ciúme frequentemente é associado a zelo e amor, no entanto, em demasia pode gerar sofrimento, angústia e pensamentos obsessivos reais ou da própria fantasia para aquele que sente;
Existem duas classificações para o ciúme, um decorrente de uma ocasião situacional, ou seja, uma situação especifica que pode promover o ciúme, mas a raiva e a desconfiança tende a cessar; porém há também o ciúme patológico, caracterizado por delírios de perseguição, medo constante da perda de seu amor, que vem e cresce a partir da sua própria imaginação e fantasia. O ciumento patológico tem a compulsão de verificar a veracidade das informações que o parceiro passa a todo instante, se torna possessivo acreditando em uma relação simbiótica no qual o parceiro só pode ser seu objeto de amor, ocasionando a tentativa de monitoramento e perseguição. O ciumento tende a vasculhar e-mails, o celular, as informações pessoais e tendem a interpretar cada palavra que o parceiro diz ate encontrar alguma mentira ou falha que possa caracterizar a traição ou comprovar sua desconfiança.
O ciúme pode afetar a relação, uma vez que a desconfiança em demasia e as brigas começam a se tornar constantes trazendo sofrimento tanto para quem sente o ciúme, como para o alvo do ciúme. A pessoa que sente ciúme é acometida por um sofrimento por diversas vezes aniquilante, acompanhados da angustia, raiva, ansiedade, agressividade, entre outros. A desconfiança somada ao medo da perda, a baixa autoestima e uma percepção distorcida de si colabora para a criação das fantasias e a necessidade de investigar a vida do parceiro como forma de controle e comprovação.
O ciúme é um sintoma que pode e deve ser compreendido de acordo com a singularidade de cada um e seu tratamento analisado de forma particular. Por trazer grande sofrimento para o sujeito ciumento e prejuízos em suas relações interpessoais, a psicoterapia se faz necessária nestes casos, trabalhando-se a insegurança, o sofrimento, a possessividade e a autoestima colaborando para a redução de seu sofrimento e uma vida em casal mais sadia e duradora.
*O texto é apenas informativo e não substitui o atendimento psicoterápico oferecido pelo psicólogo.